Home Office: a nova realidade imposta ao mercado de trabalho.

Uma reportagem produzida pela Forbes em 2013 sobre tendências que moldam o futuro do mercado de trabalho, expôs a demanda por parte dos colaboradores pela busca do trabalho remoto e quais as vantagens das empresas adotarem esse modelo, utilizando o caso da companhia American Express, que economizou cerca de U$15 milhões em um ano. Curiosamente, a reportagem traz uma estimativa para o ano de 2020, em que 1 a cada 3 pessoas seria contratada para trabalhar remotamente. Aqui vos falo do presente e, por conta de uma pandemia, a popularização do home office que aconteceria em anos, ocorreu em menos de um.

Em entrevista divulgada pela Época Negócios com Paul Ferreira, professor da Fundação Dom Cabral que articulou um dos primeiros estudos sobre home office no Brasil, o entrevistado discorreu sobre a transição do modelo de trabalho às pressas e conta que 70% das empresas incluídas no estudo pretendem continuar a tendência. Baseado no estudo, disse que as dificuldades levantadas tinham relação com a infraestrutura para operar remotamente, com as capacitações para adaptar os colaboradores e com os tipos de indústrias, como exemplo, a indústria primária, que enfrenta obstáculos para praticar o ofício de modo remoto em meio às recomendações de distanciamento social; o professor acrescentou que algumas empresas, mais compatíveis ao serviço online, tiveram um aumento significativo de demanda e consequentemente, alargaram suas estruturas, recorrendo ao recrutamento seletivo via web e demonstrando sucesso à adaptação. Ademais, o feedback dos trabalhadores foi positivo: há uma maior disponibilidade de tempo ao extinguir o deslocamento até o local de trabalho, maior convivência com a família e maior organização de tarefas, não perdendo a produtividade.

O blog Capterra elaborou um levantamento com 4.600 trabalhadores remotos de Pequenas e Médias Empresas (PMEs) atuantes em nove países diferentes e os dados evidenciados são interessantes: 59% das PMEs envolvidas adotaram o home office; 60% investiram ou investirão em tecnologias para o modelo remoto; 55% dessas instituições acreditam que têm capacidade de continuar a implantar funcionários remotos.

Portanto, é notável que a migração para o modelo de teletrabalho está se tornando “o novo normal”. Porém, é de suma importância compreender os impactos que essa transição pode causar nas empresas. Diferentemente do que se imaginava, a cultura de implementação do home office acomete uma série de pontos positivos para os colaboradores e, principalmente, para o nicho empresarial.

Percebe-se uma significativa redução dos espaços físicos de trabalho que antes eram necessários para acomodação dos colaboradores. Segundo um estudo levantado pela empresa de consultoria Cushman & Wakefield -publicado exclusivamente pela revista Exame- que ouviu 122 executivos de multinacionais que atuam no Brasil, chegou-se à conclusão de que 29,5% dos executivos devem reduzir o espaço físico no futuro por conta do sucesso do home office. Dessa maneira, obtendo não apenas uma contingência de gastos no que diz respeito ao aluguel; pensando por ótica ampla, haverá uma diminuição nos custos de pagamentos de deslocamentos dos funcionários, energia elétrica e menores gastos com a contratação de empresas terceirizadas, como por exemplo: limpeza, segurança, alimentação e manutenção. Posto isso, com os custos reduzidos, o valor que era direcionado para a infraestrutura pode ser investido em outras áreas, sendo elas: tecnologia, know-how e capacitações internas. De acordo, com a revista Valor Investe: quase metades das PMEs (pequenas e médias empresas) brasileiras, com até 250 funcionários, adotaram novas tecnologias para trabalhar em home office.

Para mais, existe a possibilidade de aumentar a qualidade de mão-de-obra pois a modalidade de trabalho remoto abre espaço para facilidade de oferecer a execução de entrevistas totalmente on-line e a continuação dessas atividades. Ou seja, pessoas localizadas por todo o país, e até mesmo de outras nacionalidades, podem ter a opção de fazer parte da empresa. A estratégia da adoção dessas corporações não se trata exclusivamente de admitir que os colaboradores administrem suas atividades de trabalho em casa, é necessário existir um planejamento para que a implementação ocorra de maneira eficiente. Por isso, para facilitar esse processo, a atualização da cultura organizacional pode ser um fator fundamental para auxiliar no desempenho das novas funções, criação de objetivos claros de produtividade para que a mensuração das atividades seja satisfatória e por fim, fornecimento de estrutura e ferramentas para a viabilização da execução do trabalho. 

Texto produzido por Laura G. Sannomiya e Stefanie Altimare, graduandas de Relações Internacionais, na Universidade São Judas Tadeu.

Setor de eventos: adaptação em tempos de pandemia.

Ao longo da história humana as pandemias mostram-se constantemente. Na ausência das pandemias, talvez a configuração do mundo pudesse ser bem diferente do que conhecemos hoje, pois impactam diretamente nosso modo de viver e, por consequência, culminam em mudanças que perpassam todas as áreas da nossa vida cotidiana. Atualmente, o mundo está lutando contra o novo vírus COVID-19, da mesma família viral que causa doenças respiratórias e atacam principalmente os pulmões. Entretanto, o que causa preocupação entre a comunidade científica é a rápida capacidade de transmissão que o vírus possui, por isso, o isolamento social é uma das medidas mais eficazes na prevenção, contendo a aglomerações de pessoas. Em decorrência disso, os setores enfrentam uma disrupção repentina, principalmente aqueles que dependem das atividades presencias, como por exemplo, o setor de eventos.

O que podemos ver nesse momento é o papel fundamental que a tecnologia assume: a partir dela, é possibilitado a arrecadação de auxílio para que os eventos não sejam adiados ou cancelado. De acordo com a TrendWatching – plataforma online de inteligência de tendências – com a crise do coronavírus, alternativas que eram aplicadas gradualmente em nosso cotidiano estão sendo aceleradas radicalmente e, em pouquíssimo tempo, farão parte da normalidade.

Algumas dessas mudanças já são vistas: o evento “Smart City Expo Latam Congress” que é realizado todo ano em Mérida, contou com sua primeira live via Instagram da maratona “Around the World”, no dia 30 de abril. Segundo o presidente da Fira Barcelona México: “[…] No mundo todo, será complicado viajar nos próximos meses. Vamos voltar aos poucos à normalidade, e nesse contexto é necessário propor modelos de eventos que funcionem dentro destas circunstâncias.”

Marcus Rossi, 32 anos, CEO do projeto Gramado Summit decidiu remarcar o evento que ocorre em Gramado, na Serra Gaúcha. O projeto conta com a participação de vários empreendedores vindos de todas as partes do Brasil e foi adiantado que, em outubro, o palco principal da Gramado Summit será transmitido ao vivo; o plano que estava previsto para 2021, foi antecipado por conta da pandemia.

A tendência de trabalho Home Office, segundo o Estudo Global de Tendências de Talentos de 2020, já aparecia como relevante orientação aos colaboradores. Em uma pesquisa realizada no final de 2019, fora do contexto pandêmico, foi apontado necessidades de mudanças nas instituições, diante de um mercado que cada vez mais exige agilidade para se adequar a novas tecnologias.

Portanto, é notável que já caminhamos para uma alteração que começam a ditar os novos comportamentos no mercado. Os eventos que antes ocorriam em um espaço físico e com delimitação ao número de pessoas, a partir de agora, por meio da tecnologia, poderá ser realizado por transmissões ao vivo por meio de plataformas como Youtube, Instagram, Facebook, entre outras. Além disso, poderão atingir um número maior de pessoas sob custos menores e também contarão com participações de convidados via interação online.

A atual realidade faz com que o mercado que engloba a área de eventos tenha que se reinventar, uma vez que a estagnação não é um meio viável. Para isso, as novas estratégias devem ser analisadas, assim como a definição de novos consumidores, tendo como possíveis soluções a pesquisa por oportunidades diante das transformações decorrentes do contexto.

No estudo elaborado pela SEBRAE com o objetivo de identificar alguns impactos do coronavírus nos pequenos empreendimentos ligados ao setor de negócios, eventos e turismo, foi produzido tais gráficos sobre os levantamentos com base em 2.702 empresas:

Para ver o estudo na íntegra, clique aqui.

Texto produzido em colaboração com Stefanie Altimare da Silva Sacramoni Esteves, graduanda em Relações Internacionais, na Universidade São Judas Tadeu.

Bibliografia:

BANNURA, Pedro. Mutação ou adaptação: como será o futuro dos eventos?. Propmark. 2019. Disponível em: https://propmark.com.br/opiniao/mutacao-ou-adaptacao-como-sera-o-futuro-dos-eventos/. Acesso em: 14/06/2020.

GRANATO, Luíza. A crise do coronavírus acelerou estas tendências do futuro do trabalho. Exame. 2020. Disponível em: https://exame.com/carreira/a-crise-do-coronavirus-acelerou-estas-tendencias-do-futuro-do-trabalho/. Acesso em: 14/06/2020.

OLIVEIRA, Rafael. Adaptados, eventos sociais resistem ao isolamento durante pandemia do novo coronavírus. O Globo. 2020. Disponível em: https://oglobo.globo.com/sociedade/adaptados-eventos-sociais-resistem-ao-isolamento-durante-pandemia-do-novo-coronavirus-24321142. Acesso em: 14/06/2020.

ARAÚJO, Daniel. Coronavírus: Entenda a importância de se manter a prática do isolamento social. ESP/CE. Disponível em: https://www.esp.ce.gov.br/2020/04/07/coronavirus-entenda-a-importancia-de-se-manter-a-pratica-do-isolamento-social/. Acesso em: 14/06/2020.

BARBOSA, Aline. Conheça as tendências que foram aceleradas pelo coronavírus. Consumidor Moderno. Disponível em: https://www.consumidormoderno.com.br/2020/04/09/tendencias-aceleradas-coronavirus/. Acesso em:14/06/2020.

JACOBY, Isadora. PUMES, Lucas. PAULO, Vitorya. A reinvenção do mercado de eventos em meio ao coronavírus. Geração e.com. Disponível em: https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/ge2/noticias/2020/03/731834-a-reinvencao-do–mercado-de-eventos.html. Acesso em: 14/06/2020.