Mulheres e as Relações Internacionais

A desigualdade de gênero sempre foi algo de extrema relevância a ser discutido. Hoje em um mundo cada vez mais igual, quando a igualdade de gênero já é considerado um tema a ser necessariamente discutido, vemos como mulheres incríveis conseguiram seu espaço no mundo a tanto custo. O caminho não foi fácil, até onde falamos, ainda há muito a se batalhar, mulheres precisam ser ouvidas, respeitadas e colocadas em cargos igualmente dados a homens. 

Durante toda a história das relações internacionais os homens estiveram em posições de grandes cargos, eles são mais ouvidos e possuem mais oportunidades de falar. Algo que definitivamente sob um ponto de vista masculino, a política exclui as mulheres de qualquer posição política ou influência no que se diz sobre as soberanias e independências, para os homens é normal e não faz diferença, mas para as mulheres, ser ouvida e respeitada na política e principalmente na política internacional diz muito mais sobre apenas uma conquista, diz sobre um passado cheio de desigualdades e fraturas no caminho, diz sobre retaliação histórica.

No mundo tiveram diversas mulheres fortes que alcançaram seus lugares em grandes cargos nas relações internacionais, como a Sylvia Steiner, que foi a primeira e única mulher a ser a juíza  do Tribunal Penal Internacional, antes de seguir a carreira internacional Sylvia já exercia magistratura no Brasil e já havia sido Procuradora federal, membro fundadora do instituto Brasileiro de ciências criminais e integrante da associação de juízes pela democracia e tem vários trabalhos desenvolvidos sobre direito penal e direitos humanos publicados no Brasil e no exterior. Com esse currículo, Steiner foi indicada ao cargo de juíza titular do TPI pelo presidente da república Luiz Inácio da Lula em 2003 e permaneceu no cargo até 2012.

Historicamente, as mulheres enfrentam desafios para serem reconhecidas e respeitadas neste campo, que tradicionalmente foi dominado por homens. No entanto, ao longo das décadas, houve um aumento na representação e no reconhecimento das mulheres em RI, tanto no âmbito acadêmico quanto no prático. Segue exemplos de mulheres que marcaram o âmbito das relações internacionais :

Diplomacia e Política

Margaret Thatcher: Conhecida como a “Dama de Ferro”, foi a primeira mulher Primeira-Ministra do Reino Unido, servindo de 1979 a 1990. Ela teve um papel significativo nas relações internacionais, incluindo a Guerra Fria e a União Europeia.

Hillary Clinton: Além de ser a ex-primeira-dama dos Estados Unidos, Hillary Clinton também foi Secretária de Estado de 2009 a 2013. Ela é conhecida por suas contribuições na política externa americana e defesa dos direitos das mulheres ao redor do mundo.

Academia e Pesquisa

Anne Applebaum: Jornalista, historiadora e autora de livros premiados sobre história da Europa Oriental, democracia e política internacional. Um de seus livros notáveis é “Gulag: A History”, que recebeu o Prêmio Pulitzer.

Cynthia Enloe: Professora de Ciência Política e Estudos de Gênero, suas obras focam nas relações entre gênero e política internacional. Ela é autora de livros como “Bananas, Beaches and Bases: Making Feminist Sense of International Politics”. 

Liderança em Organizações Internacionais

Christine Lagarde: Foi a primeira mulher a ocupar o cargo de Diretora-Gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) de 2011 a 2019. Ela desempenhou um papel crucial na estabilização econômica global durante seu mandato.

Michelle Bachelet: Antiga presidente do Chile e atualmente a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Bachelet tem sido uma voz importante na defesa dos direitos humanos em todo o mundo.

Especialistas em Estudos de Gênero e Relações Internacionais

J. Ann Tickner: É uma renomada acadêmica em Estudos de Gênero e Relações Internacionais. Suas obras incluem “Gendering World Politics: Issues and Approaches in the Post-Cold War Era”, contribuindo significativamente para o campo.

Chandra Talpade Mohanty: Professora e teórica feminista, seu trabalho “Feminism Without Borders: Decolonizing Theory, Practicing Solidarity” é influente no entendimento das interseções entre feminismo e política global.

Tendo isso em vista, o campos de relações internacionais sempre foi um campo majoritariamente masculino, e que com muito custo tem sido conquistado por figuras femininas que tem feito seu papel de forma excelente e marcando a história para provar que a desigualdade de gênero é algo de extrema importância de ser discutida.

Fonte: 10 anos do Tribunal Internacional-Sylvia Steiner responde

Texto produzido por Ana Carolina e Isabelle Borges, graduandas de Relações Internacionais na Universidade São Judas Tadeu