Impactos do Dólar sobre as Importações e Exportações.

Diante incertezas, os anúncios de testes de vacinas bem-sucedidas como a da Rússia, Sputnik V, que segundo o governo russo obteve 95% de sucesso após a segunda dose, mudam as previsões econômicas para um cenário mais positivo. A OCDE, na primeira semana de dezembro, refez suas projeções e diminuiu a queda do PIB brasileiro em 0,5 p.p., prevendo alta de 2,6%, além de afirmar o notório crescimento de diversos setores no país. Além disso, as movimentações da posse de Biden e as promessas de medidas para aliviar os impactos do coronavírus, alastra-se de modo positivo pelo mundo.

No último mês de 2020, o dólar se apresentou em queda na cotação do dia 1° de dezembro, fechando o comercial em R$5,228 na venda, concomitante à uma alta de 2,3% no Ibovespa; essa situação é um elucidado exemplo de como o dólar, a principal moeda nas negociações internacionais, consegue afetar cenas econômicas de diversas formas. A oscilação do preço do dólar, com alta significativa em 2020, afeta diretamente o comércio brasileiro com o exterior.

Como as oscilações no preço do dólar impactam as importações e exportações brasileiras?

Basicamente, o preço do dólar é uma comparação à cotação do real, portanto, as altas dizem sobre a desvalorização da moeda brasileira. Quando o dólar está com preço menor, significa que o volume de transações aumentou, podendo indicar uma retomada de negociações e um aquecimento econômico nacional com crescimento nas exportações. Pela lei de oferta e demanda, quanto mais escassa a moeda se encontra no país, mais cara ela fica, e, quanto mais presente, mais baixo é o seu valor.

Como o dólar é a moeda mais segura do mundo, no contexto da pandemia sua procura se elevou drasticamente, um dos motivos pelos quais ocorreram tantas altas na moeda em relação ao real. A alta do preço da moeda norte-americana não é algo ruim para todos os âmbitos: o alto preço do dólar é vantajoso para as exportações, uma vez que com a desvalorização do real receberá mais dinheiro pelo produto vendido no exterior, aumentando seus lucros, caso o preço se mantenha.

Contudo, para os importadores, os efeitos do aumento do valor do dólar tornam os processos de importação mais caros, levando em consideração tais fatores como: custo do frete, seguro internacional, impostos, taxas e tarifas. Dessa forma, o consumidor final sente o impacto diretamente, devido ao maior repasse, que fará com que ele pague mais pelos mesmos produtos.

Entretanto, quando ocorre a queda da cotação do dólar, o cenário se inverte de forma que haja um incremento das importações, pois além da conversão do dólar para real levar ao aumento do lucro da empresa, torna os valores das matérias-primas mais acessíveis e consequentemente o preço dos produtos importados diminui. Porém, por outro lado, as exportações são prejudicadas em decorrência da superentrada de capital que causa apreciação do real em relação ao dólar, dificultando as negociações.

Em setembro deste ano, o Brasil registrou na contabilização da balança comercial, informado pelo Ministério da Economia, superávit de US$ 6,164 bilhões. O superávit do saldo comercial, ou seja, a diferença entre exportação e importação, acontece quando o número de exportação supera as importações. Nas exportações, constatou-se o aumento no setor agropecuário, com a alta de 3,2% e da indústria extrativa, que registrou elevação de 9,2%.  No que se refere às importações, as quedas ocorreram em todos os setores: indústria extrativa (-50%), indústria de transformação (-24, 8%) e agropecuária (-2,8%). 

Porém, apesar dos números positivos, a exportação e importação vêm caindo. Em comparação ao mesmo período, de janeiro a setembro do ano de 2019, a soma das exportações registradas em 2020 foi de US$ 156,780 bilhões, o que representa uma queda de 7%. Referente à soma das importações, o registro é de US$ 114,336 bilhões, o que sinaliza uma redução de 14%. Para os meses de setembro, o resultado de diferença obtido foi um dos maiores desde o início da série histórica em 1989. Segundo previsões do Ministério da Economia para o ano de 2020, espera-se que o saldo comercial registre superávit de US$ 55 bilhões, que resultará no aumento de 14,4% em relação a 2019.

Fontes: Infomoney; Cotação; UOL; G1; Nubank; Administradores.com; Bakertilly; G1.

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Texto produzido por Laura G. Sannomiya e Stefanie Altimare, graduandas de Relações Internacionais, na Universidade São Judas Tadeu.