Estratégia do oceano azul: a inovação que alavanca o mercado.
Na concepção comercial dos negócios, o mundo do comércio é dividido por dois tipos de oceanos: os azuis e os vermelhos. Os vermelhos seriam constituídos por todos os negócios existentes, com ampla concorrência; são os espaços estratégicos já conhecidos. Por outro lado, os oceanos azuis, por sua vez, são formados por negócios que ainda não surgiram; e se constituem a partir do espaço mais estratégico, ou seja, o desconhecido e inovador.
A estratégia do oceano azul tem como objetivo acabar com os competidores locais através da inovação do mercado. Esse método, gira em torno da busca por um negócio em que poucas empresas operem e onde não haja imposição de preços. Ela pode ser aplicada em todos os setores empresariais, não se limitando a apenas um negócio, sendo assim, quando há um agente limitador no crescimento do negócio, as empresas buscam carreiras ou caminhos para encontrar novos negócios, onde consigam desfrutar de uma fatia do mercado evidente ou, melhor dizendo, ‘oceano azul’ (Ver figura 1).
Figura 1 – Como se constitui a estratégia do Oceano Azul na inovação.
Círculo Working, 2018. Oceano Azul: a estratégia da inovação. Disponível em: https://www.circulocoworking.com.br/blog/2018/12/7/oceano-azul-a-estratgia-da-inovao. Acesso em: 19/08/ 2021.
No mercado de trabalho atual, a maioria das empresas opera dentro da intensa competição, tentando fazer de tudo para expandir sua fatia de participação no mercado. Entretanto, quando o produto está sob pressão de preços, sempre há a possibilidade de que as operações de uma empresa possam ficar ameaçadas. Essa situação geralmente ocorre quando a empresa está operando em um mercado saturado, também conhecido como, “oceano vermelho”; ambiente ausente de estratégias para promover a inovação, pela grande ameaça dos preços e competidores.
O oceano azul se manifesta quando há potencial para aumentar os lucros. A estratégia visa capturar novas demandas e tornar a competição desnecessária ao apresentar um produto com características superiores e diferentes. O método “oceano azul”, a primeiro momento, pode parecer algo novo, porém tal fenômeno, em sua essência, é antigo.
Grandes setores, como as indústrias automobilística, fonográfica, aérea, petroquímica e farmacêutica, não existiam, ou apenas estavam começando aparecer, como por exemplo: o Ford e seu revolucionário modelo T; a indústria automobilística japonesa com seus modelos compactos, de boa qualidade e baixo consumo; a Apple que se aventurou na música digital em 2003 (com o produto iTunes); ou podemos observar algo mais recente a Dell Computer e seu sistema de venda direta. Logo, podemos concluir que a iniciativa estratégica é inovadora, e permite à empresa ter uma curva de crescimento mais rentável.
Kim e Mauborgne, autores do termo “oceano azul”, realizaram uma pesquisa em 108 empresas que haviam divulgado novos negócios. O objetivo era medir o impacto da criação de oceanos azuis no faturamento e nas margens de lucro. O resultado foi que 86% dos lançamentos analisados foram extensões de linha de produtos existentes e 14% corresponderam a “oceanos azuis”. Os autores descobriram o impacto disso nos resultados quando separaram os números gerados por uns e outros. Respectivamente, no primeiro caso, os lançamentos representaram 62% do faturamento e 39% dos lucros totais; no segundo, 38% e 61% (NEIPATEL, 2018).
Segundo Kim e Mauborgne, o que distingue as empresas de grande e pequeno lucro é o planejamento estratégico. Enquanto a grande gama dos empresários estão reclusos no oceano vermelho, lutando para derrotar os competidores e ganhar maior participação no mercado existente, as criadoras de oceanos azuis, utilizam outra lógica: a da inovação de valor, que consiste em dar um salto qualitativo, tanto para os compradores quanto para a empresa (EUAX, 2019).
Os criadores de oceanos azuis, perseguem os dois objetivos ao mesmo tempo, ou seja, a diferenciação (valor) e o baixo preço (custo). Um dos exemplos mais famosos da inovação de valor, seria o Cirque du Soleil, que direcionou-a o espetáculo a um público adulto, reinventando todo o conceito tradicional do circo e adicionando ingredientes do teatro (Ver figura 2). Em resumo, foi redefinida a proposta, agregou-lhe qualidade ao reunir o melhor dos dois espetáculos (circo e teatro), e ainda proporcionou um dos espaços estratégicos, o mais famosos do mundo, que ainda aguarda uma denominação precisa (VIDDIA, 2018).
Figura 2-Avaliação de valor do Cirque Du Soleil.
EUAX, 2019. A estratégia do oceano azul: entenda por que o melhor jeito de vencer os concorrentes é parar de competir. Disponível em: https://www.euax.com.br/2019/12/a-estrategia-do-oceano-azul/. Acesso em: 19/08/2021.
Portanto, ao abrir um novo mercado, elas tornam os concorrentes irrelevantes no comércio. A inovação de valor é uma nova maneira de pensar e executar a estratégia, desafiando o dogma baseado na concorrência.
FONTES: Viddia, Neilpatel e Círculo Working.
Texto produzido por Isabella Conson, graduanda de Relações Internacionais, na Universidade São Judas Tadeu.