A importância da construção da política externa brasileira em política pública.
O desenvolvimento de uma política externa em um mundo globalizado é definido como um fenômeno baseado em estratégias internacionais que expandem as operações de negócios em todo o Sistema Internacional. Isso é facilitado por desenvolvimentos tecnológicos, socioeconômicos, políticos e ambientais que melhoram as comunicações globais.
A política externa para o poder público compõe-se de estratégias de interesse próprio escolhidas pelo Estado, para assim ser possível atingir seus objetivos, por meio das relações com outros países da arena global. As abordagens são estrategicamente empregadas para interagir com outros, sendo assim, é um dos pilares mais importantes que o Estado tenha internamente na definição da política pública, para conseguir efetivamente defender seus interesses.
A análise das políticas públicas brasileiras, possui uma crescente internacionalização dos métodos de produção, tanto nos governos centrais como nos subnacionais, isso acontece também em todos os momentos do chamado ciclo das políticas públicas. A internacionalização das políticas é consequência indireta da atuação de uma diversidade de atores individuais e coletivos que tratam de proteger as diretrizes que orientem a ação de um Estado no mundo e ajudam a construir sua identidade no cenário internacional. Por assim dizer, mesmo que as instituições sejam importantes, por conta da globalização política e a governança global, elas abarcam um leque bem mais amplo de atores, agências e ações (YEATES, NICOLA 2002).
Compreender uma política externa dentro do Estado nacional, é defender seus próprios interesses estratégicos que não inclui necessariamente apenas os interesses políticos. A política externa se faz indispensável para construção de estratégias no cenário internacional. (PAULA, gosto dessa parte)
Entretanto, segundo o jornal Folha de S. Paulo, destaca-se a queda da influência da política externa brasileira. Pelo ponto de vista do Celso Amorim, ministro das relações exteriores durante o governo Lula, ele faz uma dura crítica à política externa do governo atual do presidente Jair Bolsonaro: “Não vejo estratégia alguma. O Brasil em matéria de política internacional está cumprindo tabela” (CORREIO DO ESTADO, 2017).
Desse modo, é possível observar uma queda no cenário internacional na qual não favorece a política pública nacional, os últimos acontecimentos impõem um desafio aos condutores das relações exteriores, como por exemplo: o BREXIT (saída do Reino Unido da União Europeia), a relação entre Estados Unidos e Europa, levanta questionamentos sobre a filiação aos blocos econômicos, somando a isso às crescentes crises econômicas brasileiras.
Segundo o jornal estrangeiro The Soft power, foi divulgado como a nossa política nacional prejudica os interesses internacionais. Na tabela abaixo, podemos ver que o Brasil ocupava a 23ª posição em 2015, caímos para 29ª posição em 2018 (THE SOFT POWER, 2018).
Peterfisk, 2019. New power Generation. Disponível em: https://www.peterfisk.com/2019/10/soft-power-super-powers-what-does-it-take-to-be-loved-in-a-world-of-economic-and-political-power-plays/
O gráfico ajuda a evidenciar a queda de influência que o Brasil vem sofrendo no âmbito da política externa. Concluindo que à vista internacional, certamente torna o Estado brasileiro vem se equivocando ao opor-se à globalização para defender interesses corporativos e não-estratégicos. Pois com a crescente globalização, ela também precisa ser seguida pelo aumento da cooperação e coordenação de políticas públicas nacionais, se não ela pode ser percebida como protecionista perante o sistema internacional.
Por fim, ressalta-se que além de acompanhar tendências e cenários internacionais, os momentos da política externa brasileira estão diretamente relacionados às políticas internas. Portanto, é compreensível que, diante da atual crise econômica e política no Brasil, a política externa esteja em déficit nos bastidores desde 2012, sendo assim, a direção da política externa brasileira dependerá de projetos ou planos de governo bem traçados que visam estabelecer metas de retomada da influência do país nas relações internacionais nos próximos anos.
Fontes: Softpower30, PeterFisk, Folha de São Paulo, Correio do Estado
Texto produzido por Isabella Conson, graduanda de Relações Internacionais, na Universidade São Judas Tadeu.