As práticas sustentáveis e os benefícios para as empresas
Era comum para as empresas deduzirem que a adoção de processos sustentáveis poderia interferir na lucratividade de suas operações. Hoje a utilização de práticas sustentáveis pode fazer com que reduza mais os custos e fidelize clientes. Economia circular, é o nome dado para as práticas que se apoiam no uso inteligente dos meios naturais, onde os sistemas industriais são restauradores e regenerativos na sua base produtiva, esse sistema se baseia na logística reversa, em que nada do que é feito se torna um desperdício.
Dessa maneira, há um distanciamento dos problemas que a atual economia linear carrega consigo, pois esse modelo econômico baseado no consumo em massa, conduz a alterações climáticas e também a escassez de recursos. Já por outro lado, a economia circular pretende substituir a ideia de somente “consumir e eliminar”, propondo assim a eficiência de recursos, redução de custos, economia de baixo carbono e valorização institucional da marca; esse processo, inclusive, tem sido adotado em vários estados europeus, que utilizam da ecoinovação.
Apcergroup, 2018. Sustentabilidade e Economia Circular. Disponível em: https://www.apcergroup.com/pt-br/newsroom/218/sustentabilidade-e-a-economia-circular .Acesso 24/04/ 2021.
A economia circular compõe-se da criação de processos que autoriza o reaproveitamento não só dos produtos, mas também dos insumos anexados à produção. Desse modo, a economia sustentável visa acabar com o lixo, considerando que todo material colocado em nossa sociedade deve ser um recurso útil e reutilizável (APCER GROUP, 2018)
Perante os estados pertencentes à União Europeia, a economia circular já é uma tendência perdurável, que permitiu reduzir custos com materiais em até US $630 bilhões por ano. Segundo a Comissão Europeia, para o setor de mobilidade, essas práticas de economia circular podem beneficiar e reduzir custos entre 60% e 80%. Já no setor alimentício pode beneficiar de 25% a 50% pela redução de desperdício (KAFRUNI, 2019).
Atualmente, o Brasil produz cerca de 150 milhões de toneladas de lixo por dia, esses que muitas vezes poderiam ser reciclados ou reaproveitados para outras finalidades. Contudo, a lei n° 12.305/10, mais conhecida como Política Nacional de Resíduos Sólidos, prevê a responsabilidade compartilhada entre indústria, comércio e consumidor final sobre a correta destinação do resíduo, logo é exigido de todos os setores práticas mais sustentáveis que incentivam o descarte correto (SEBRAE, 2017).
Considerando as análises, um possível meio de aproveitamento do sistema sustentável é observar a vantagem comparativa de cada Estado, segundo o economista britânico David Ricardo, as nações se especializam naquilo que estão mais propícias a produzir, como uma espécie de vocação. Por exemplo, na Islândia, o país vem substituindo combustíveis fósseis pelo hidrogênio, e fazendo com que o seu vulcão natural produza aquecimento geotérmico, assim como a Suíça. Em Londres, foram implementadas estratégias para combater a poluição do ar, como o pedágio urbano, e as paredes verdes.
Já no Brasil, a nossa energia é baseada em 35% da energia Hidráulica e 25% da biomassa, sendo o alvo principal de lucro. A UHE Sinop, localizada no Mato Grosso, por exemplo, vendeu sua energia em 2013 com preço de R$109,40 MWh, porém comercializa hoje a R$156,21 MWh. Isso dá um lucro de R $24,3 milhões ao mês, ou seja R $250 milhões ao ano (CORREIO BRAZILIENSE, 2019).
Desse modo, é possível visar o lucro e a sustentabilidade em conjunto, para que não coloque em risco a biodiversidade e os recursos naturais. Por muitos anos, o lucro sempre se manteve acima do bem estar social e ambiental por falta de conhecimento, porém é possível obter ambos, utilizando a sustentabilidade e ainda adquirindo lucro.
Por fim, é notável que a transição para a economia circular pode permitir que a indústria brasileira esteja à frente das legislações e das normas nacionais e internacionais, contribuindo para a construção de políticas públicas facilitadoras das mudanças sistêmicas, além de conseguir lucros empresariais seja do setor público ou privado, até mesmo, empresas de grande porte ou pequeno porte.
Esse formato de pensamento e de consumo, disponibiliza benefícios em larga escala. Isso acontece em razão da vontade para obtenção dos produtos, seus demais componentes e materiais em circulação, ao mesmo tempo que extrai ao máximo seus valores de utilidade. Dessa forma, beneficiando a inovação, gerando novos empregos, favorecendo o crescimento econômico, o bem estar social e especialmente o ambiental, que passa a ser baseada em premissas de sustentabilidade.
Fontes: EadBox, Construcia, CanalEnergia, Mundo Carreira, ECYCLE,Correio Braziliense, Sebrae.
Texto produzido por Isabella Conson, graduanda de Relações Internacionais, na Universidade São Judas Tadeu.